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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Velhinha com Alzheimer



Chegou devagar a sombra que eclipsa a memória

Primeiro foi a bisneta.
Seguiram-se os netos... 
... os filhos...
...por fim... o marido...

O falar delicado transmutou-se em balbucios e grunhidos, como bebê a buscar os pais

até que só lhe restou o silêncio
e o olhar absorto, igual o da criança procurando a mãe - que para ela já não existe há décadas



Partia aos poucos, como árvore de outono que no vagar seca


mas para renascer na estação seguinte













Fonte da foto: wikipédia. A pessoa retratada é a alemã Auguste Deter (1850-1906), primeira pessoa a ser diagnosticada com o Mal de Alzheimer.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Guerras






Na guerra entre o primeiro...






... e o segundo generais...














... quem perde são os terceiros.




Fonte das fotos: wikipédia

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Maria Baderna





Como bom atleta de final de semana, encontrava-me em minha corrida vespertina, realizada somente aos sábados (isso em caso de tempo bom). Para variar o caminho, saí de casa e não fui em direção ao parque. Meu destino naquele dia foi o campus da universidade.
Desacostumado com o esforço físico e castigado mais ainda pelo vigoroso Sol daquela tarde, já punha a língua de fora após dois quilômetros de percurso que me pareceram meia maratona.
Meu fôlego aumentou um pouco após a inesperada garoa que começou a cair. Contudo, a simpática chuvinha transformou-se em pouco tempo numa ameaçadora tempestade (efeitos do el niño...). Parei de correr e voltei-me num círculo a procura de um abrigo. A algumas dezenas de metros reconheci o imponente prédio da biblioteca universitária. Dirigi-me para lá correndo, gastando as últimas energias que possuía.
Cheguei à entrada do prédio arfando como uma pessoa afogada, mas procurei disfarçar haja vista a presença de simpáticas alunas no local. Fiquei na companhia delas que, como eu, esperavam a chuva diminuir um pouco para saírem do lugar.
Meus planos vieram por água abaixo (literalmente) quando uma rajada de vento praticamente me expulsou para dentro da biblioteca. Cheguei a óbvia conclusão de que, de bermuda e camiseta, debaixo daquela chuva e açoitado pelo vento, o máximo que conseguiria, se ficasse ali exposto, seria uma pneumonia.
Entrei no prédio e fiquei andando durante algum tempo pelos seus corredores, a fim de secar-me mais rápido. Entrei numa lanchonete e pedi um café. Pouco depois, já seco e aquecido, resolvi passear um pouco por entre os livros; sempre gostei de ler e queria descobrir as novidades.
Passeando por entre as estantes, deparei-me com um antigo livro de biografias, mas com uma particularidade: apenas mulheres estavam ali relacionadas, e todas tinham vivido no Brasil. Tirei-o da estante e me sentei em uma daquelas cabines que os universitários usam para o estudo.
Percorrendo o índice, encontrei as mais famosas personalidades brasileiras do sexo feminino: princesa Isabel, Bárbara Heliodora, Cecília Meireles e Maria Bonita, dentre tantas outras. E naquela extensa lista, reparei também em um nome que nunca ouvira falar: Maria Baderna.


Interessei-me de imediato por aquela história, afinal, já conhecia um pouco da biografia das outras mulheres.
“Com um nome desse, devia ser um poço de confusão, ou mesmo uma criminosa”, pensei.
Abri o livro na página indicada e, ao contrário das outras personalidades, não havia uma foto ou mesmo desenho para ilustrar a biografia. Era, sem dúvida, uma mulher do povo. Uma pena, pois queria ver o rosto daquela “baderneira” que merecera até mesmo um verbete de dicionário.
Pois bem, inicialmente descobri que Maria nascera na Europa em 1825, provavelmente na França ou Itália. Envolveu-se em movimentos políticos já na juventude e, em 1850, resolveu mudar-se para o Brasil. Após passar alguns meses em um navio, aportou no Rio de Janeiro, onde fixou residência.
“Até aqui, nada demais”, estranhei na hora.
E continuei: Maria se tornou dançarina, e deve ter alcançado algum destaque, pois segundo alguns, provocava desavenças e brigas entre os homens. Daí ter recebido o apelido de Maria Baderna.
Outros pesquisadores, no entanto, garantem que o apelido veio de outra forma: Maria também era abolicionista, e chegou a organizar quilombos no interior da província do Rio de Janeiro; ela participava dos movimentos sociais e encontros populares, que evidentemente reuniam uma multidão de pessoas ansiosas por reformas sociais e a própria liberdade. Com os nervos “à flor da pele”, era natural que eventualmente alguns desses eventos terminasse de forma mais agitada. As velhas raposas não perderam tempo em batizar a dançarina com esse apelido, numa clara maneira de tentar depreciá-la.
Interrompi a leitura e passei a refletir. Sem dúvida, a segunda versão me parecia mais convincente, afinal, a injúria é uma das formas mais eficientes para tentar anular a influência de uma pessoa que vai contra a ordem estabelecida e os interesses alheios. Para a chamada elite, pessoas com consciência política e baderneiros são simplesmente sinônimos.
Por fim, descobri que Maria morreu ainda jovem, em 1870. Tinha 45 anos e estava no interior da então província, talvez em um dos quilombos que ajudou a criar.
Fiquei alguns instantes imerso naquela pequena história, que mal ocupava uma página do livro e contrastava diretamente com a extensa biografia das princesas, nobres e grandes artistas ali descritas. Aquela simples página no meio de tantas para mim representava muito bem o que o povo significa na vida da nação como um todo: uma pequena folha de papel que muitas vezes passa despercebida.
Olhei em volta e percebi uma jovem paraplégica que procurava algum livro na estante; mais ao canto da sala, um senhor negro catalogava revistas para a seção de periódicos. Imaginei como Maria Baderna se contentaria ao perceber que, embora os negros, deficientes físicos (e outras minorias) ainda sofressem com o preconceito, eles já estavam livres, ao menos, dos grilhões de ferro, físicos e palpáveis. Restavam agora lhes libertar dos grilhões subjetivos, dos preconceitos e das condições menos favoráveis de vida. Mas isso, já era tarefa nossa.
Levantei-me após algum tempo e deixei a obra fechada sobre a mesa. Quando já saía do recinto, retornei repentinamente, voltei a abrir o livro naquela biografia, e o deixei aberto sobre uma mesa central: queria que outras pessoas descobrissem a história daquela interessante e injustiçada mulher.
E ao sair da biblioteca (a chuva já cessara), caminhando pelo campus em direção a minha casa, perguntei para mim mesmo qual seria o apelido mais adequado para aquela dançarina européia que, na casa dos 20 anos, se viu em um país tropical lutando pelo fim da escravidão:

Maria: Baderna ou VISIONÁRIA?








Obs: este conto foi publicado na antologia "Um nome de mulher", em 2002, sendo o 14º lugar do Prêmio Mário Cabral, organizado por Malva Barros, do extinto site www.armazem.literario.nom.br.


A fotografia que ilustra o conto pode ser encontrada em sites diversos da internet; basta procurar por Marietta Baderna nos sites de busca. O "Maria" foi um aportuguesamento de seu verdadeiro nome.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Selvagens




Praia da Paciência. Para alguns, a do Jó.
Revoada de animais revoltos
qual “Os Pássaros”, de Hichtcock.




Cercam a mim e pessoas próximas e nos bicam selvagens, sem dó.
O porquê? Ao mar, bóia o lixo e a tralha humana, entre si, envoltos
Da humanidade, o escroque.




Deixa pra lá. Os selvagens?
Somos nós.



Fotos: wikipédia

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Profissional liberal



O fiscal sai da casa avermelhada e conclui:






realmente não havia profissional mais liberal que a prostituta.








Fonte das fotos: Wikipédia

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Profissional de destaque



Era o ápice da carreira.

Finalmente, fora trancado em uma cela individual na penitenciária de segurança máxima.

Teria, à partir dali, o que ninguém conseguira oferecer-lhe:









Limites.









Obs: foto da Wikipédia


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Velho companheiro




O aterro sanitário se estendia por uma vasta área plana, já praticamente coberta pelas toneladas de entulho, móveis quebrados (alguns nem tanto), papéis e restos orgânicos, que eram levados para o local durante todo o dia.
Próxima a um riacho, uma grande montanha de dejetos se destacava ao longe. E é para lá que os animais se encaminham. Detêm-se famintos diante daquele monumental depósito de lixo como se fosse um oásis.
Pertencem a várias espécies diferentes e são representantes de toda a cadeia alimentar: insetos, aves, e mamíferos de pequeno e grande porte. Por conta disso cada um deles estuda cuidadosamente cada concorrente: odores, batimentos cardíacos, músculos enrijecidos, tudo é alvo de atenção.






No céu, abutres e urubus voam ansiosamente em círculos; quando percebessem a presença de alguma carniça esquecida no aterro, investiriam imediatamente sobre o cadáver.
As primeiras, contudo, a provarem do enorme banquete foram as baratas e formigas; tendo como vantagem o reduzido tamanho, conseguiram investir até o interior da montanha, onde puderam se deliciar com maior tranqüilidade.
Ratos e cães de rua então se aproximam, vagarosamente; as aves parecem mais confiantes e começam a pousar no aterro. Todos se misturam aos restos de alimentos ali esparramados e, excitados com a visão daquela enorme quantidade de entulho, se aproximam e começam a escalar o monte em busca de mais fartura.
Mas eis que a tranquilidade termina com a chegada de outro animal que, sem estudar os arredores, investe ferozmente contra a montanha. Inebriado, talvez, com o odor de algum alimento ali escondido, parecia tentar atravessá-la. Alguns dos cães, já acostumados com a presença constante daquele velho companheiro no dia a dia, não se amedrontam e o acompanham, tal como se estivessem num verdadeiro banquete comunitário.
Outros animais que ali estavam pela primeira vez, contudo, se assustaram com a violência do predador e recuaram um pouco. Mas a fome os fez permanecer nas proximidades, pesquisando os sacos de lixo recém trazidos por um caminhão, e à espera do afastamento daquele inesperado e perigoso concorrente.
Pouco depois um outro caminhão estaciona nas proximidades. O movimento dos seus ocupantes descarregando entulhos da construção civil assusta os animais, que não estavam acostumados com a presença de pessoas. Eles se afastam do local e resolvem caminhar em direção ao predador, pois, apesar de sua impetuosidade, demonstrava estar mais interessado no conteúdo da montanha do que em fazer-lhes mal.
Pouco depois o caminhão vai embora com os trabalhadores. Em seguida, o predador também se afasta.
É ele conhecido como Carlinhos: tem sete anos e se dirige então ao barraco onde vivia, calçando apenas um pé de chinelo. Na mão, carrega uma lata vazia, cujas bordas afiadas ele percorria ansioso com os dedos e a língua, a procura dos restos de leite condensado endurecido. No chão ele vai jogando insetos que estavam no interior da lata, já apreciando o sabor adocicado do creme.
Depois ele lavaria a lata e faria um cofrinho, para ajuntar as moedas que eventualmente encontrava. Moedas que ele descobriria depois já terem saído de circulação da humanidade.
Como ele, que talvez nunca fizera parte dela.

(E os animais, sem o perigoso concorrente, voltam tranquilos a montanha)




Fonte das fotos: aterro - wikipédia; urubus - Marcello Casal, também disponibilizada na Wikipédia.






segunda-feira, 6 de junho de 2011

Rodovia dos Pioneiros








— Cem quilômetros, Henrique?
— É isso. Cem.
— É um trecho curto, mas a estrada não está boa. Será que essas laranjas não vão se perder no caminho?
— Não tem problema, Afonsinho. Não tem espaço no porta-malas mas a gente arruma no banco de passageiros. Veja só...
Henrique e o irmão pegaram duas grandes sacolas de laranjas e alinharam uma em cima da outra no banco de trás. Antes amarraram os dois volumes e deram um jeito de prendê-los até com o cinto de segurança.
Estavam em uma fazenda, propriedade dos pais de Henrique e Afonsinho, que ali viviam. Henrique costumava passar habitualmente o final de semana no local, junto com a esposa e o filho de dez anos. Nesse momento, um domingo à tarde, se preparava para voltar para a cidade.
Já no carro, malas e laranjas prontas, o filho de Henrique, no banco de trás, tenta inutilmente colocar o cinto de segurança.
— Papai, acho que o cinto está preso nas laranjas.
— Tudo bem, Carlinhos. A viagem é curta e nós conhecemos a estrada. Pode deixar pra lá.
E partiram. De fato conheciam a estrada, e ironicamente batizavam com nomes os buracos no asfalto. A BR estava vazia, o que fazia Henrique aumentar na medida do possível a velocidade do automóvel.
No entanto, não contaram com um animal que repentinamente entrou na estrada. Num reflexo, Henrique acionou violentamente os freios; o animal – um pequeno cervo – ficou paralisado no meio da pista, enquanto o veículo se aproximava.
Uma fração de segundo depois, o animal deu um salto e prosseguiu seu caminho. O carro, rodopiando, invadiu em seguida o espaço que o filhote ocupara. Metros à frente parou, transverso na pista.
Imediatamente, Henrique levou o carro até o acostamento. Então, olhou num reflexo para a esposa.
— Comigo está tudo bem — respondeu a mulher, ainda um pouco tonta.
O casal olhou para trás: manchas de sangue riscavam o vidro lateral e o banco de passageiros. O garoto estava no chão do veículo, desmaiado, e sangrava muito.
Desesperados, dirigiram o carro rapidamente para a cidade mais próxima. Estacionaram em frente a um centro de saúde e, enquanto Vanessa pegava Carlinhos no colo, Henrique explicava o ocorrido para a enfermeira da recepção.
O garoto estava inconsciente e foi levado para a emergência. Após a chegada do médico, constataram-se alguns cortes e uma fratura no nariz. Felizmente, ele não corria risco de vida; mas precisava passar a noite no local, em observação.
Já de noite, acordado e na companhia da mãe, Carlinhos acompanhava um filme na televisão quando seu pai entrou, com um copo na mão.
— Tome, meu filho, vai ser bom pra você.
— E o que é, papai?
— Suco de laranja, feito com as frutas que a gente trazia da fazenda. Como estavam bem amarradas e protegidas, elas não se perderam no acidente...






Crédito das fotos: a primeira é minha mesmo, foi tirada na estrada que liga a cidade de Cavalcante (GO) ao povoado kalunga Engenho II, um antigo quilombo que hoje vive do turismo, por causa das cachoeiras.
A segunda foto é do wikipédia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Celebridade






Surgira para o mundo das celebridades após a participação em um reality show.
Depois de sair da “casa”, já reconhecido como um dos drag queens mais criativos do mundo LGBTTXYZ, posou nu várias vezes para a G Magazine e revistas congêneres, tornou-se destaque anual de paradas gays e estrelou uma série de filmes pornôs voltados para o público homo.
Após décadas de sucesso, escreveu sua bombástica autobiografia e espantou meio mundo, após revelar o que ninguém esperava...
...Assumiu a heterossexualidade.





Crédito da foto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Isabelita_dos_Patins


Obs: as pessoas da foto, Salete Campari e Isabelita dos Patins, apenas ilustram a historieta acima e não tem suas biografias retratadas na mesma.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

José Alencar - herói ou homem comum?

"O mineiro só é solidário no câncer". Essa enigmática frase, atribuída por alguns a Otto Lara Resende e a outros a Nelson Rodrigues, que a usou em uma peça, remeteu-me a batalha de José Alencar contra o câncer, e ao apoio integralmente emocional que o político recebeu da população e da imprensa. Podemos, contudo, ampliar as fronteiras geográficas e sociais da frase em questão: entendo que o ser humano em geral é solidário com os demais em situação de grande sofrimento, e aí incluímos tanto as tragédias naturais que afligem populações inteiras de uma vez só, como a luta de pessoas amigas ou famosas contra determinada doença.

O sofrimento diminui a diferença entre as pessoas. Doenças e dramas sérios são capazes de aproximar ou reaproximar tanto antigos desafetos como pessoas desconhecidas - vide a quantidade de doações feitas às vítimas anuais de enchentes no Brasil; a iminência da morte faz com que cada um releve o mal feito pelo outro, ambos querendo apagar antigos rancores e pendências emocionais. Na psicologia, chamamos isso de "fechar a Gestalt", que, em suma, seria como fechar de vez um ciclo. No caso de vítimas de desastres naturais, desconhecidas para muitos, tende-se a associar o sofrimento do outro com o de si mesmo: e se fosse comigo?

O que sucedeu com a opinião pública a respeito da luta do ex vice-presidente José Alencar ilustra bem esse fato. Embora poucos dos milhões de habitantes do país o conhecessem pessoalmente, seu cargo e a visibilidade política que evidentemente tinha o colocavam como pessoa quase íntima da população. Sua luta contra a doença, no entanto, em nada difere do que a maioria das pessoas faria nessa situação: lutar com todos os meios para preservar a própria vida. Muitas pessoas sucumbiriam sem demora, não necessariamente pela resistência biológica, mas pela falta de condições financeiras para se tratar. José Alencar fez 15 cirurgias no decorrer de quase duas décadas, inclusive no exterior. Aos poucos tornou-se um herói pela vida; não desdenho de seu sofrimento, mas é mais fácil tornar-se herói quando se tem condições financeiras para bancar décadas de tratamento e ter a luta pela vida divulgada emocionalmente dia a dia pela imprensa.

Essa verdadeira "santificação" já foi vista uma década atrás, quando Mário Covas também enfrentou durante alguns anos a mesma doença que o recém-falecido Alencar. Embora ambos tenham sido políticos tidos como honestos, e de fato jamais possam ser comparados a ícones da desonestidade e da má política como Paulo Maluf ou Joaquim Roriz, também não podem ser alçados a modelos irrestritos de conduta. Covas chegou a brigar com manifestantes na rua e José Alencar, embora tenha dirigido sua vida política de forma discreta, sem percalços, manchou sua reputação ao se negar a fazer um exame de DNA, que comprovaria ou não a paternidade de uma professora já aposentada. Exame esse postergado desde 2001. Seria o medo da desonra, a que o político se referiu algumas vezes nas últimas semanas de vida? Ter um filho fora do casamento, no entanto, para mim é menos desonroso que renegá-lo anos a fio. E nunca é desonra reconhecer deslizes do passado.

A luta pela vida e a serenidade pela proximidade da morte são atitudes que devem sim ser louváveis, mas de forma alguma apagam os erros e equívocos das pessoas durante sua vida. Tampouco se trata de heroísmo, como relatado por setores da imprensa. Ser herói é sacrificar-se pelos outros, como o fez o policial que ajudou a deter o assassino dos adolescentes em Realengo, os bombeiros em situações diversas de salvamento, os funcionários japoneses que entram na usina de Fukushima para avaliar os riscos para a população, ou alguém que luta com o bandido para proteger a pessoa amada.


E então: ...herói ou um homem comum?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Catetinho - Gama (DF)



O Catetinho foi concebido para abrigar o presidente JK durante a construção da nova capital. Seu projeto foi rascunhado por Oscar Niemeyer em um guardanapo, e a construção, toda em madeira, demorou apenas dez dias. O local escolhido foi uma antiga fazenda, onde também foi construída uma pista de pouso. O nome Catetinho foi uma sugestão do compositor Dilermando Reis, em alusão ao Palácio do Catete, sede do governo federal na época. A construção - erguida em 1956 - era formada por alguns quartos, um exclusivo para o presidente e sua esposa, e os demais para autoridades ou visitantes, além de um gabinete, onde JK despachava e se reunia com os engenheiros responsáveis pela construção de Brasília. Juscelino era fã de serestas e da bossa nova, e recebeu visitas de vários artistas no Catetinho, dentre eles Vinicius de Moraes e Tom Jobim, que criaram, após visitar uma mina d' água nas proximidades da construção, o clássico "Água de beber" (do refrão, "água de beber, camará").

O museu preserva vários móveis originais, e onde não foi possível contar com tais objetos, procurou retratar o ambiente da década de 50 através de aquisições em antiquários. Os quartos usados por JK e autoridades mantém seus móveis originais; um dos quartos usados originalmente para receber hóspedes tornou-se uma espécie de memorial dos artistas que ali visitaram, com fotos e revistas da época. Atrás do Catetinho, ergue-se um prédio menor, também em madeira, originalmente usado como lavanderia, área de serviço e cozinha. Parte das instalações mantem-se fiel ao original, em outras áreas se veem várias fotos antigas do local.


Ao redor do Catetinho ergue-se um belo bosque, ainda com a mina que inspirou a criação da já citada "Água de beber", além de uma caixa d' água usada na época.



Quarto de JK

Gabinete de JK


Vinicius de Moraes e Tom Jobim no Catetinho


Um dos quartos de hóspede, hoje um memorial para os visitantes artistas. O violão era do seresteiro Dilermando Reis.


A mina que inspirou "Água de beber"



Cozinha



ENDEREÇO: BR 040, Km 0 - Gama (parte sul do DF)


TELEFONE: (61) 3338-8807 / (61) 3338-8803


HORÁRIO DE VISITAÇÃO: terça a domingo, de 9 às 17 horas


ESTACIONAMENTO: gratuito


ENTRADA: gratuita

quinta-feira, 24 de março de 2011

Santuário de Schoenstatt - DF


O Santuário de Schoenstatt de Brasília foi inaugurado no ano 2000, e faz parte de uma rede de santuários que se originou na Alemanha em 1914. No Brasil, além do Distrito Federal, estão presentes em mais sete Estados. É um lugar agradável, possui uma capela rodeada de jardins e uma visão privilegiada de Brasília, já que está situada em uma região de morros. Há missas diárias e uma loja de artigos religiosos.


El Santuário de Schoentstatt de Brasília fue inaugurado en el año 2000, y haz parte de una red de santuários que se originó en Alemania en 1914. En Brasil, allá de Distrito Federal, están presentes en otros siete Estados (Províncias). Es un lugar agradable, possé una capilla cercada de jardines y una visión privilegiada de Brasília, ya que está ubicada en una región de morros. Hay misas diárias y una tienda de artigos religiosos.

Mais informações (Más informaciones): http://santuariodeschoenstattbrasilia.com/





Capela (Capilla)






A capela, com os jardins à volta (La capilla, con jardines)







Interior da capela (interior de la capilla)


Visão de Brasília: à esquerda, a Ponte JK.




Ao fundo, a Esplanada dos Ministérios.





HORÁRIO DE VISITAÇÃO: 8 às 18 horas


ENDEREÇO: Rodovia 001, Km 04 (ao lado da Torre Digital). Saindo de Brasília pelo lado norte, vire a direita no Posto Colorado.


TELEFONE: 3302-2103 e 3302-18 74


ENTRADA: gratuita


ESTACIONAMENTO: gratuito



quinta-feira, 3 de março de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Museu da Cidade - Brasília (DF)

Cheguei em Brasília em 1982 e confesso que, por mais de uma década, imaginei que a estrutura recoberta de mármore com uma cabeça de bronze do JK fosse apenas uma grande escultura em homenagem ao ex-presidente.
Na verdade é um museu, o mais antigo da capital, tendo sido inaugurado junto com a mesma, em 21 de abril de 1960. Possui um pequeno acervo de fotografias da época da construção, mas sua função principal é a de abrigar 16 painéis que trazem relatos, anteriores a Inconfidência Mineira, inclusive, sobre a necessidade de se mudar a capital para o interior do país.
Pois é, Brasília não foi idéia de JK, e nem dos inconfidentes mineiros. A interiorização da capital foi discutida e amadurecida através dos séculos, sendo então finalmente concretizada na gestão de Juscelino Kubitschek.



Llegué en Brasília en 1982 y confeso que, por más de una década, imaginé que la estructura recoberta de mármol con una cabeza de JK (Juscelino Kubitschek) fuese solamente una grande escultura en homenaje al ex-presidente.
Pues es un museo, el más antiguo de la capital; ha sido inaugurado junto con la misma, en 21 de abril de 1960. Su acervo es formado por algunas fotografias de la época de la construcción, pero, su función principal es abrigar 16 paneles con relatos, inclusive anteriores a la Inconfidência Mineira (movimiento de independencia del Brasil, originado en el Estado de Minas Gerais y abortado en 1789),
sobre la necessidad de se cambiar la capital para el interior del país.
Concluindo, Brasília no ha sido idea de JK, ni de los inconfidentes mineiros. La interiorización de la capital ha sido discutida y madurezida por los siglos, siendo finalmente realizada en la gestión de Juscelino Kubitschek.




Exterior do Museu da Cidade (Exterior del Museu da Cidade)



Escultura da cabeça de JK (Escultura de la cabeza de JK)




Painel III (Panel III)



Painel V (Panel V)



Painel VI (o popular citado é o advogado Antonio Soares Neto, conhecido como Toniquinho, hoje residente em Goiânia)
Panel VI (el "popular" citado es el abogado Antonio Soares Neto, conocido como Toniquinho, hoy residente en la ciudad de Goiânia)




Alguns dos painéis (algunos de los paneles)



Foto da primeira coluna erguida do Palácio do Planalto (foto original de Fontenelle, 1958)


Foto de la primera columna erguida del Palácio do Planalto (foto original de Fontenelle, 1958)



HORÁRIO DE VISITAÇÃO: todos os dias, de 9 às 18 horas


ENDEREÇO: Praça dos Três Poderes


TELEFONE: (61) 3325-6163 e (61) 3321-9843


ENTRADA: gratuita


ESTACIONAMENTO: gratuito. Se não encontrar vaga na pista que passa ao lado do museu, estacione no estacionamento do mastro da bandeira, a poucos metros de distância.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vida de repórter


Aquele correspondente internacional, recentemente chegado ao Japão, só falava “Watashi ga nihongo o hanasu koto ga dekinai” no idioma local, ou, no bom e velho idioma nipônico, “eu não sei falar japonês”. Pouco afeito ao aprendizado de línguas, não avançou além dessa frase, repetindo-a para os nativos durante meses, chegando a exercer sua pronúncia com perfeição.
Certo dia, ao ser abordado em Tóquio por um pai com seu filho no colo, respondeu-lhe a clássica frase. Ao que a pequena criança respondeu: “mas você não fala japonês tão bem!!””

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Espaço Lúcio Costa

Localizado no subsolo da Praça dos Três Poderes, o espaço é formado por uma grande maquete da cidade de Brasília, que é constantemente atualizada. Nas paredes, fotos do urbanista e uma cópia do relatório que ele apresentou para a comissão que julgaria os projetos concorrentes da nova capital.

Localizado en el subsuelo de la Praça dos Três Poderes, el espacio es formado por una grande maquete de la ciudad de Brasília, constantemente actualizada. En las paredes, fotos del urbanista Lúcio Costa, creador del proyecto arquitectónico de la ciudad, y una copia del informe presentado por él para la comisíon juzgadora de los proyectos competidores de la nueva capital.

Mais informações no site (Más informaciones en el sitio): http://www.sc.df.gov.br/?sessao=conteudo&idSecao=95&titulo=ESPACO-LUCIO-COSTA

Entrada

Detalhe de uma das asas (Detalle de una de las alas)


A Esplanada dos Ministérios, o Congresso e o shopping Conjunto Nacional com seu tradicional letreiro colorido (no fundo, à direita)


Visão geral da maquete


Maquete tátil, ideal para cegos (Maquete táctil, ideal para los ciegos)



HORÁRIO DE VISITAÇÃO: todos os dias da semana, inclusive feriados, das 9h às 18h.

ENDEREÇO: Praça dos Três Poderes

TELEFONES: (61) 3325-6163 e (61) 3321-9843

ENTRADA: gratuita